sábado, 24 de novembro de 2012

A propósito da reportagem saída na revista Sábado sobre as TJ



A revista na capa apresenta um conjunto de afirmações que pretendo comentar uma por uma. Ainda não li a reportagem mas pretendo fazê-lo logo tenha oportunidade. Se achar que devo voltar a escrever algo por causa disso, certamente saberão. 

 - As crianças não podem cantar os parabéns nem participar em festas de Natal na escola. 

A afirmação é inteiramente verdadeira e acrescento, nem na escola nem em lado nenhum! A sua interpretação da Bíblia as faz concluir que a celebração de aniversários é errada aos olhos de Deus e o Natal é apenas uma festa pagã. Também cantar os parabéns a alguém, é contribuir para o enaltecimento do indivíduo ao invés do enaltecimento a Deus a quem consideram, todo o humano deve a sua vida. Não tem por isso sentido dar os parabéns a alguém quando de facto a vida, não é uma conquista sua. 

- São encorajados a não ir para a faculdade e a não aceitarem promoções no emprego.

A primeira parte da afirmação é inteiramente verdadeira [1], aliás todas as religiões preferem ter rebanhos mais ou menos ignorantes, porque são mais plásticos. Adiciono ligação que mostra claramente como esse desencorajamento é feito e já em posts anteriores abordei este assunto. Ligação: aqui

Em relação a não aceitarem promoções, deve ser esclarecido que o que perturba a hierarquia é a de que o pregador deixe de pregar! Ao aceitar uma promoção presumem que o indivíduo vai ter menos tempo para a pregação, ou se vai distrair com coisas que vão ocupá-lo e tornar o seu serviço de pregação menos eficaz. Ou temem ainda que desenvolva uma visão materialista do mundo que o impedirá de pregar, pelo menos com a entrega que poderia se não estivesse tão preso. Resumindo: A questão de não ir para a faculdade e de não aceitar promoções é apenas o receio de que o indivíduo pare ou diminua as suas actividades de promoção do movimento, em especial a pregação de porta-em-porta. 

 - Devem casar sem nunca terem dado um beijo na boca.

Acham que um beijo na boca é apenas o início de uma cadeia que leva ao sexo. Se um homem e uma mulher se beijam na boca, é porque querem ter intimidades um com o outro, o que os pode levar à fornicação [2]. Portanto terem-se beijado na boca é uma impudícia e como tal é-lhes negado pelos anciãos da Congregação o uso do Salão-do-Reino (seu local de adoração) e eventualmente até não encontrem nenhum ancião disposto a celebrar-lhes o casamento, embora essa questão seja deixada à consciência do ancião. O que pode representar para o ancião que aceita uma dor de cabeça, pois lançará dúvidas sobre a sua espiritualidade, se não será um ancião permissivo. 

- E se os filhos quiserem deixar a religião os pais são obrigados a cortar relações. 

Alguém que abandona a ‘organização’ como eles se referem ao movimento é alguém que, na sua interpretação, estaria condenado ao apedrejamento pela antiga Lei dada a Israel. Ou seja qualquer desobediente à Lei seria morto. Ora ser expulso ou abandonar é o mesmo que uma morte, se bem que aqui simbólica, mas com os mesmos efeitos sociais. Raciocinam portanto que se o filho foi expulso ou abandonou é como se estivesse morto e normalmente não temos relações sócias com mortos! 

[1] Discurso por Guy Pierce no Jamor, Portugal em 5 de Junho de 2010 
[2] As gradações dos pecados de natureza sexual, para os TJ são quase infinitas.

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